Antônio Pires da Silva nasceu no Sétimo
Distrito de Lageado-RS no dia 11 de maio de 1925. Em 1931, com 6 anos de idade,
perdeu seu pai. Com 9 anos foi trabalhar de peão prá ajudar a mãe que estava
doente. Ganhava 10 mil réis por mês. Com
10 anos de idade lavrava o dia inteiro e ganhava 15 por mês. Com 15 anos foi
trabalhar em garimpo ganhando 45 ao mês. Com 17 anos perdeu também a mãe, que à
10 anos estava doente.
Os irmãos saíram todos para
trabalhar de peão. Ficou sozinho na casa velha. Muito triste sem saber o que
fazer. Ninguém era registrado. Um dia apareceu uma família que tinha requerido
a terra com ordem da Lei. Teve que desocupar a casa velha. Pagaram 15 mil réis
e a dívida era de 32. Ficou devendo 17 sem ter aonde dormir. O vizinho
bolicheiro deu uma empreitada e conseguiu pagar os 17 e depois saiu a rolar pelo
mundo. Os irmãos caluniaram que tinha vendido a terra.
Sempre perdoou e nunca quis fazer vingança. Esta calúnia pesada sempre o
perseguiu. Sem culpa sempre viveu machucado. Dizia que quem perdoa Deus dá
sorte. Recebeu muito desprezo dos irmãos
e dos parentes. Mas tinha muitos amigos e pessoas inteligentes que lhe davam
valor. Todas pessoas decentes Rolou muito pelo mundo, que dizia ser a melhor
escola. Era peão estimado. Trabalhou em
muitas firmas em serviço perigoso, mas não media esforços e nada achava
custoso. Assim passou os seus anos. No dia 15 de setembro de 1951, com 26 anos de
idade, casou com Gema Turatti, com a qual teve três filhos: Eleni, Nerí e
Fátima.Antônio dizia que nasceu para ser pobre. Suas
doenças sempre enfrentou. Deus o fez um corajoso neste mundo que passou. Sempre
agradecia os patrões pela escola que lhe deram. Sofreu muito neste mundo. Dez
mudanças carregou. Lutando sempre com doença e com Deus sempre se apegou. Foi
sócio do cooperativismo. Durante 16 anos pagou o modelo 15. Uma galinha que
vendesse pagava os 15 por cento. No município de Três Passos vendeu a terra. Recebeu
a metade e o resto negaram. Veio para o Mato Grosso. Trabalhou nos garimpos.
Enricou muitos patrões que não conhecia. Dava explicação, pois toda venda da
pedra tinha participação. Desviou as ameaças dos caras espertalhão. Dentro da
honestidade enricou muitos patrões. Graças a Lei de Deus nunca fpi ladrão. Foi broqueador de baranco. Muitas vezes enfrentou a
morte. Trabalhou em fábrica de doelas. Foi serrador dois anos. Trabalhou
martelando pedra cristal na lapidação para exportação. Trabalhou nas máquinas
martelo nos embocamentos de túneis das ferrovias. Nos cortes de terra trabalhou
com explosivos banana com barra mina. Trabalhou de cozinheiro nas grandes
turmas de 300 a
400 homens que tinha 15 servente. Muitos anos plantou roças à meia. Mato Grosso deu sossego 30 anos, numa casa que
morou estes 30 anos passou pobreza, mas não passou fome. Trabalhou 12 anos na
Prefeitura no setor de obras. Lutou
muito para conseguir o necessário para viver e fazer algumas economias. Fez as
Bodas de Ouro com 77 anos ao lado da esposa Gema Turatti da Silva com 71 anos
de idade. Antônio Pires da Silva faleceu aos 85 anos de
idade, no hospital de Água Boa, no dia 21 de outubro de 2010, às 11:00 hs da
manhã e foi sepultado no dia 22 de outubro em Canarana. Deixa
para todos um grande testemunho de vida e o título de poeta da terceira idade.
Suas poesias eram declamadas nos eventos e na Rádio Comunitária Vida Nova.
Deixou mais de 500 poesias escritas.
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