Lei que criou o Hino do Município de Canarana:
ESTADO DE MATO GROSSO - Prefeitura Municipal de Canarana- CNPJ 15.023.9221/0001-91 - Projeto de Lei n° 034/2010 - De 30 de setembro de 2010 - Institui como Hino Oficial do Município de Canarana a
composição de Algacyr Costa, e dá outras providências. Walter Lopes Faria , Prefeito Municipal de Canarana, Estado
de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais, Faço saber que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou, e eu sanciono a seguinte Lei que: Art. 1° - Fica instituído, como
Hino Oficial do Município de Canarana, a composição de Algacir Costa,
intitulada “Hino do Município de Canarana Terra Esperança”, conforme
letra e música em anexo que fazem parte integrante da presente Lei. § 1° - O Hino instituído neste artigo será executado por
ocasião de solenidade inaugural, de eventos oficiais promovidos pelo Município. § 2° - O ensino do Hino Oficial
de Canarana é obrigatório nas escolas públicas municipais. Art. 2° - Esta Lei entra em vigor
na data de sua publicação. Art. 3° Revogam-se as disposições
em contrário. Gabinete do Prefeito Municipal de
Canarana, Estado de Mato Grosso, 30 de setembro de 2010.
HINO DO MUNICÍPIO DE CANARANA TERRA ESPERANÇA (Algacyr Costa)
Virgem brotastes das entranhas do cerrado/ Num firme brado de trabalho e suor.
Heróis pioneiros morando em tetos de lona/ Mãos de cordeona a semear vida melhor.
Iluminados pela força imigrante/ Em teu semblante refulgem raios de sóis
Dias e noites, na constância que promove/ Fé que comove, a fisgar mil arrebóis.
Rico eldorado, verde selva, linda gente/Traz ao presente, exemplo de força e paz.
És Canarana com Norberto e sua alma/ Ouvindo palmas de um povo viril, capaz.
Quanto trabalho, quanta luta, sofrimentos/ Sem suprimentos para os filhos sustentar.
Lembrando sempre na distância seus parentes/ Saudoso sente uma angustia à cabrestear.
Cravaste fundo nesta terra a esperança/ Como uma fiança no futuro a esperar
Calma velhice, paz, amor, fraternidade/ Felicidade a nós todos abraçar.
Clary, Algacir e Diamandú |
Algacir Costa nasceu na Vila Teixeira, 7º Distrito de
Passo Fundo, hoje município de Tapejara, estado do Rio Grande do Sul, no dia 11
de outubro de 1944. Estudou música nos conservatórios de Passo Fundo nos anos
1968/1969, violão clássico no conservatório do Recife em 1971, e piston
clássico no Recife e João Pessoa em 1981. Ministrou dez cursos de Teoria e
Solfejo como representante da ordem dos músicos de Porto Alegre, no interior do
Estado do Rio Grande do Sul, nos anos de 1986 e 1988.
É criador de um método pioneiro de gaita de botão, um
método de iniciação ao violão, um método para piston e outro método inovador de
solfejo, leitura musical. Escreveu arranjos para bandas de Músicas, foi
compositor, musicista e poeta. Gravou em 1963 um disco em 78 rotações, um
compacto duplo em 1966 e mais 4 LPs solo. Pussui 8 LPs gravados com o Grupo Os
Fronteriços.
Participou em mais de 25 festivais de Música Nativista
como compositor, interprete e em outros como jurado.
Fez apresentações nos estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Rio de
Janeiro, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e
Pará.
Algacir Costa gravou um LP em Buenos Aires em 1978.
Participou com Os Fronteriços nos Festivais Del Litoral, Apostoles e Missiones,
na República da Argentina, e no 25º Festival Internacional de Folclore em
Santarém, Portugal, 1983.
Escreveu arranjos para corais e foi regente. Tocava
sete instrumentos: gaita de botão, violão, baixo, cavaquinho, piston, trombone
e piano. Escreveu músicas para todos esses instrumentos.
Algacir era casado com a cantora Clary Marcon, com a
qual teve, os filhos, Diego e Diamandu Costa, que agora é o artista Yamandu, o
prodígio incontrolável da música instrumental, hoje famoso internacionalmente e
considerado um dos melhores violonistas do Brasil.
Em sua biografia conta que o
guri tinha 12 anos, quando em plena avenida central de Passo Fundo, a capital
do Planalto Médio do Rio Grande do Sul,
os Fronteriços se preparavam para um show. O guri saltitou entre as alpargatas e espiou o
público e viu que tinha apenas cinco pessoas. Foi então que o pequeno Yamandu
mirou os olhos nos do pai e sugeriu: "Bah, vamos cancelar este troço, só
tem cinco pessoas!" Endiabrado, Algacir reagiu antes que o garoto pudesse
piscar. Agarrou-o pelo braço, olhou fundo em sua alma e disse: "Você nunca
mais me fale uma coisa dessas. Tem cinco pessoas? Pois nós vamos tocar como se
fossem cinco mil! Este show vai ser o melhor da nossa vida. Nunca desrespeite
seu público dessa maneira!"
Hoje, aos 28 anos, um DVD e seis discos lançados, sempre que o violonista Yamandu Costa sobe a um palco em Paris ou Tóquio, Rio ou São Paulo, Viena ou na Alemanha, normalmente aguardado por uma platéia numerosa e devotada por seu virtuosismo, impetuosidade e capacidade de improviso, ele lembra do pai e daquelas cinco pessoas naquele teatrinho, e carrega a lição de que nada é mais importante do que ter respeito pela arte e por quem a consome.
Assim fala Yamandu a respeito do Pai Algacir: "Meu pai morreu com a carreira limpa. Sempre fez o que quis, nunca se vendeu pra ninguém, nunca ficou pensando na coisa mais comercial, mandou tudo à merda e investiu só no que ele acreditou. Isso eu carrego o tempo inteiro. A dignidade de um artista é o que mais importa", decreta o filho orgulhoso, enquanto cortamos o solo gaúcho rumo a Passo Fundo, adentrando o pampa pela infinita highway de nuvens carregadas, deixando para trás simpáticas cidadelas com igrejas de torres pontudas e cartesianas praças centrais.
Algacir Costa veio para Canarana pela primeira vez a convite do CTG Pioneiros do Centro Oeste, para ser jurado do 2º Festival de Música Gaúcha denominado Grito Pampiano, em outubro de 1993.
Hoje, aos 28 anos, um DVD e seis discos lançados, sempre que o violonista Yamandu Costa sobe a um palco em Paris ou Tóquio, Rio ou São Paulo, Viena ou na Alemanha, normalmente aguardado por uma platéia numerosa e devotada por seu virtuosismo, impetuosidade e capacidade de improviso, ele lembra do pai e daquelas cinco pessoas naquele teatrinho, e carrega a lição de que nada é mais importante do que ter respeito pela arte e por quem a consome.
Assim fala Yamandu a respeito do Pai Algacir: "Meu pai morreu com a carreira limpa. Sempre fez o que quis, nunca se vendeu pra ninguém, nunca ficou pensando na coisa mais comercial, mandou tudo à merda e investiu só no que ele acreditou. Isso eu carrego o tempo inteiro. A dignidade de um artista é o que mais importa", decreta o filho orgulhoso, enquanto cortamos o solo gaúcho rumo a Passo Fundo, adentrando o pampa pela infinita highway de nuvens carregadas, deixando para trás simpáticas cidadelas com igrejas de torres pontudas e cartesianas praças centrais.
Algacir Costa veio para Canarana pela primeira vez a convite do CTG Pioneiros do Centro Oeste, para ser jurado do 2º Festival de Música Gaúcha denominado Grito Pampiano, em outubro de 1993.
Gostou
da cidade se transferindo para cá no final do ano 1993, juntamente com seu filho Yamandu, permanecendo
durante os anos 1994 a
1995. Além de dar aulas de música, foi regente do Coral Municipal Vozes de
Canarana e trabalhou como músico na animação de festas e bailes.
Neste
tempo que residiu em Canarana compôs a músicas Terra Esperança, que foi sendo
reconhecida como a melhor composição feita em homenagem a Canarana. Essa música
foi oficializada através da Lei 034/2010, como hino do município, aprovada por
unanimidade pela Câmara Municipal de Vereadores em sessão realizada no dia 27
de outubro de 2010.
Em
função de problemas de saúde voltou para o Sul e residiu em Porto Alegre até o
seu falecimento que ocorreu em 1997.
Assista o vídeo da música Terra Esperança cantada por Yamandu Costa: http://youtu.be/tFiAU1lkZwg
Assista o vídeo da música Terra Esperança cantada por Yamandu Costa: http://youtu.be/tFiAU1lkZwg
aem duvida alguma um dos maiores musicos que conheci, seu amigo pedro mauro, santa maria rs fone 055 99842890
ResponderExcluirSou gaúcho, militar e essencialmente tradicionalista. Já estou a quase 20 anos longe do meu rincão. Ouvi pela 1º vês "Vida de Caserna" composta por ALGACIR COSTA ainda recruta no Rio Grande e me emocionei. Descreve a trajetória de todos o jovens recrutas de nossa terra. Já estou quase indo para a reserva e ainda me emociono ao ouvi-la. Hoje encontrei-a na "rede" e apresentei-a a uma pessoa muito especial que já dedilha um violão como ninguém. Minha filha. Tento, já muito longe de nossas raízes, cultivar nossa tradição. Ela pediu pela letra da música e me disse não entender quase nada. "Traduzi" todas as expressões e significados gaúchos bem como as expressões da caserna. Foi então que resolvi nesta manhã dedicar toda a atenção a este compositor incrível e sua trajetória.
ResponderExcluirMuito obrigado por prestigiar o nosso trabalho. Um abraço.
ResponderExcluirAssim como muitas coisas boas da vida, conheci a obra deste grande artista por acaso, numa loja de discos antigos, pois os grandes mestres não nos chega através da grande mídia e das grandes lojas culturais. Tenho o LP "Caminhador" como um dos melhores de minha coleção de vinis. Daí conheci a obra de Yamandu Costa, quem tive o prazer de ouvir ao vivo aqui em Minas.
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